Crise na Volkswagen destaca a necessidade de gestão de riscos e negociação eficaz

Especialista explica como uma gestão de crise eficaz e uma negociação transparente podem evitar confrontos e minimizar impactos econômicos e operacionais.

Crise na Volkswagen destaca a necessidade de gestão de riscos e negociação eficaz
Crise na Volkswagen destaca a necessidade de gestão de riscos e negociação eficaz (Foto: Reprodução)

Uma greve geral paralisou nesta semana nove fábricas da Volkswagen na Alemanha, em meio a uma disputa sobre o futuro das operações da montadora. Trabalhadores interromperam as linhas de montagem em protesto contra a exigência da empresa de cortar 10% da folha de pagamento. A montadora alega que a redução é necessária para diminuir custos e garantir sua competitividade, especialmente diante da crescente concorrência com as montadoras chinesas.


Para o advogado especializado em gestão de riscos, Sandro Wainstein, o episódio é um exemplo claro da importância de uma estratégia bem planejada de gestão de crises e da necessidade de um diálogo aberto com os empregados para evitar confrontos que possam afetar a operação e a imagem da empresa. "A gestão de riscos não se resume apenas a identificar questões financeiras, mas também a criar uma rede de comunicação eficaz que possa ajudar a empresa a tomar decisões mais equilibradas, sem provocar uma reação negativa de seus colaboradores", explica Wainstein.


Segundo ele, uma crise como a enfrentada pela Volkswagen poderia ter sido minimizada com um planejamento de negociação mais cuidadoso. "É crucial que as empresas antecipem possíveis conflitos, especialmente em tempos de dificuldades econômicas, e invistam em um processo de negociação transparente com os sindicatos e trabalhadores. Quando há alinhamento entre as partes, é possível encontrar soluções que atendam às necessidades da empresa e dos empregados, sem gerar um impacto tão grande na produção e na reputação da marca", afirma o especialista.


A greve na Volkswagen reflete a crescente tensão no setor automotivo, com as montadoras precisando adaptar-se a um cenário de alta competitividade, enquanto tentam equilibrar custos e a satisfação dos trabalhadores. "A gestão de riscos eficaz envolve não só estratégias financeiras, mas também uma comunicação constante e construtiva dentro da empresa, de modo que todos os envolvidos estejam cientes dos desafios e comprometidos com soluções viáveis", relata Wainstein.


O advogado explica que no caso da Volkswagen, por exemplo, uma abordagem proativa de gestão de riscos teria permitido antecipar os sinais de tensão com os sindicatos e adotar medidas de negociação e comunicação mais eficazes, mitigando o risco de greve e seus impactos econômicos e operacionais. 

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